sábado, 18 de setembro de 2010

Até  Santiago de Compostela
Viajar até Santiago de Compostela a pé, constituí uma "viagem" no verdadeiro sentido da palavra sob duas formas distintas de interpretação, isto é, no sentido físico e no sentido mental.

Através do sentido físico o viajante conseguirá absorver do caminho toda a sua exuberante beleza através das cidades, vilas, lugares, ravinas, caminhos de serventia, bosques,florestas, pequenas serras e como não poderia deixar de ser, algumas passagens por trechos de estrada.O estres dos músculos e do organismo em geral manifesta-se já ao fim do primeiro dia de caminhada.

 Relativamente ao ângulo da viagem no sentido mental, o viajante ao absorver os diferentes planos de paisagens e terrenos juntamente com a atmosfera, bem como os aromas diferentes alem dos distintos padrões de ruídos,associados a todos aspectos visuais e sensoriais, somados ainda a convivência diária com situações quotidianas entre companheiros ou pessoas anónimas do caminho, inevitavelmente sublevará nossa mente a raciocinar em outro plano ou sintonia. Somente o facto de nossa mente estar recebendo mensagens constantes de novos desafios transporta-nos para outro plano sensorial.

Dependendo da intensidade, a explosão de emoções revela-se através de lágrimas com sentimentos dúbios; tristeza pelo fim do caminho e de alegria por ter conseguido ultrapassar todos os desafios de exaustão física e mental.
Através do “Caminho” descobrimos valores ocultos ou adormecidos em nossa maneira de agir e de pensar. Nosso inconsciente torna-se alvo de um bombardeio constante de comportamentos exteriores, onde notamos claramente gestos de repulsa por parte de alguns e gestos de apego e aproximação por parte de outros.
A viagem física e mental através do caminho, corresponde manifestamente a um elixir ou em outras palavras a uma terapia onde as perguntas e as respostas encontramos “no” e “pelo” percurso.

No fim chegamos a conclusão que o mais importante do Caminho foi... O Caminho.